Eternidade Passageira

Experimente.
Experimente dechar os olhos por alguns instantes.
Respirar devagar e sentir uma fria e leve brisa que bravamente resiste ao calor.
Experimente imaginar coisas impossíveis.
Como voar sob um céu azul e nuvens bem branquinhas.

Experimente.
Imagine que o mundo parou por alguns segundos.
Experimente ver o sol se pôr enquanto a noite aproveita para lentamente transformar em sombras o que antes era luz.
Experimente ver as estrelas lentamente aparecerem no firmamento e o sol despedindo para que a Lua use sua luz para brilhar.
Experimente os ventos fortes e frios que antecedem um grande temporal.
Experimente o cheiro de fim de chuva e das flores se enchendo de vida a cada gota que escorre por suas folhas e pétalas.
Experimente reparar nas velhas flores caidas que vão dando espaço ao novo.

Nada deveria deixar de existir se não fosse por este mesmo princípio.
O fim deveria sempre representar um ciclo com um novo começo.
Talvez a eternidade que tanto buscamos reside nesta simples regra.
Tudo aquilo que reside em nós, deve ter continuidade.
No olhar de alguém ou escrito em papéis empueirados.
É a única forma de não esquecermos do que experimentamos.
Lembrar de tudo aquilo que é eterno, de forma passageira.

J.R.Wills

Uma resposta para “Eternidade Passageira”

  1. Lindo Trovador,

    O que mais gosto no seu blog, como já disse muitas vezes, são as coisas que escreve. Lógico que gosto das indicações de filmes e músicas, mas as coisas que escreve supera tudo isso.

    Parabéns!
    Carol

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