Drive

Faz muito tempo que eu não assistia um filme tão bom quanto este. “Drive” em muitos momentos me lembrou Martin Scorsese com seu clássico Táxi Driver. Até me arriscaria dizer que existe uma clara referência em algumas cenas. Em outros momentos, a violência do filme me lembra muito o mais recente “Os Donos da Noite” e “Os Reis da Rua”.

Sinopse

Durante o dia ‘o motorista’ (Ryan Gosling) trabalha como mecânico e dublê em filmes de Hollywood, enquanto que à noite ele presta serviços para o crime. Ele é vizinho de Irene (Carey Mulligan), que é casada e tem um filho com Standard (Oscar Isaac). Percebendo a situação difícil de Standard, que saiu há pouco tempo da prisão, ‘o motorista’ aceita dirigir para ele em um assalto, que servirá de pagamento de uma dívida que Standard adquiriu na cadeia, assim ele terá a certeza de que manterá Irene e seu filho longe do perigo.

Ficha Técnica

Título Original … Drive
Direção … Nicolas Winding Refn
Lançamento … 2011
Nacionalidade … EUA
Gênero … Ação Suspense
Duração … 100 min

Elenco

Ryan Gosling como motorista
Carey Mulligan como Irene
Bryan Cranston como Shannon
Albert Brooks como Bernie Rose

Poster

O filme tem um excelente trabalho gráfico, vale o registro.

Caso você já tenha assistido o filme, pode clicar abaixo e acompanhar a seção Spoilerando e ver se compartilha da mesma opinião que eu.

Spoilerando

Segundo Lucas Salgado do site AdoroCinema, o filme faz uma grande referência ao filme Bullit, de 68, protagonizado por Steve McQueen. Como não conheço não consigo fazer essa comparação, independente disso, Drive é uma obra prima e certamente se tornará um clássico do cinema. Para mim, o filme faz referências a Táxi Driver, o personagem monossilábico, solitário, estranho. O filme é tão sutil que talvez você nem tenha percebido que o protagonista não é apresentado para o espectador, ele não tem nome.

As cenas de ação, com extrema violência, são no entando moderadas, servem quase como um gatilho para justificar as ações do protagonista, tanto para quem assiste quanto para ele mesmo, que não tem uma natureza violenta, mas se vê obrigado a agir na mesma dose com a qual é atacado. Não sou nenhum especialista, mas não é difícil notar a ótima qualidade fotográfica do filme e os belos movimentos de câmera, além de técnicas muito interessantes que dão uma dinâmica única para um filme que poderia ser lento e denso demais.

O amor platônico por Irene na verdade condiz com a personalidade do motorista, que tem como maior qualidade a paciência e a moderação nas atitudes, sempre precisas e friamente pensadas. A trilha sonora é outro ponto alto, com canções nada óbvias, contrastando cenas e temas musicais. Essa mesma temática é impressa no material gráfico do filme, que por vezes me soa como GTA. Não existem referências temporais no filme, mas por vezes ele parece se passar na década de 80 ou 90.

O filme mostra também uma realidade interessante de um crime que acontece completamente alheio a sociedade, crimes que não fazem parte de estatísticas. Geralmente ladrão roubando ladrão, onde o acerto de contas, onde o julgamento fica por conta dos próprios envolvidos. O diretor Nicolas Winding Refn também deve se tornar um dos grandes nomes do cinema, produziu a trilogia dinamarquesa Pusher, carregado de violência.

Ryan Gosling vem provando que será um dos maiores nomes do cinema mundial, principalmente pela capacidade de caminhar entre estilos de filme completamente diferentes. Para ficar registrado, anote aí, este filme ainda será transformado em camisetas internet afora.

Por coincidência assisti um filme com cada protagonista muito recentemente, Ryan Gosling com Tudo pelo Poder e Carey Mulligan com Não me Abandone Jamais, ambos filmes que fiz resenha no site.

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