Custou para esse filme chegar nas minhas mãos. Não pude assisti-lo no cinema (na realidade não vejo um filme no cinema há mais de um ano), e quando deveria chegar na locadora, houve algum problema no distribuidor. Enfim pude computar mais um filme com Tom Hanks na minha lista de filmes assistidos. Vamos a ficha técnica toda e no fim você já sabe, se você assistiu o filme pode conferir a seção Spoilerando, onde comento minhas impressões pessoais sobre o filme e algumas curiosidades do fime.
Sinopse
Oskar Schell (Thomas Horn) é um garoto muito inteligente e apegado ao pai, Thomas (Tom Hanks), que adorava alimentar a capacidade imaginativa do filho, lhe dando missões que exigiam uma grande capacidade de encontrar pistas e desvendar mistérios. Thomas inventou para Oskar que Nova York possuia um sexto distrito, hoje desaparecido, que forçaria Oskar a sair de casa e falar com estranhos, uma das grandes dificuldades de Oskar, que possuia alguma suspeita de ser portador da síndrome de Asperger, condição que traz como característica uma alta capacidade intelectual, porém com dificuldades no convívio social. Thomas estava no World Trade Center no fatídico 11 de setembro de 2001, tendo falecido devido aos ataques terroristas. A perda do pai tem um poder devastador na vida de Oskar e de sua mãe, Linda (Sandra Bullock). Um ano após a morte de seu pai, Oskar teme perder as lembranças que tinha do seu pai e consegue enfrentar o medo de entrar em seu quarto para vasculhar o guarda-roupas dele, quebrando acidentalmente um pequeno vaso azul. Dentro um envelope com a inscrição ‘Black’ e dentro, uma misteriosa chave. Convencido que ela é parte de um enigma deixado pelo pai para que pudesse desvendar, Oskar inicia uma expedição pela cidade de Nova York, em busca de todos os habitantes que tenham o sobrenome Black.
Ficha Técnica
Título Original … Extremely Loud & Incredibly Close
Gênero … Drama
Duração … 106 min
Lançamento … 2011
Direção … Stephen Daldry
Roteiro … Eric Roth baseado no livro de Jonathan Safran Foer
Nacionalidade … USA
Elenco
Tom Hanks como Thomas Schell
Thomas Horn como Oskar Schell
Sandra Bullock como Linda Schell
Zoe Caldwell como Avó de Oskar
Dennis Hearn como Pastor
Paul Klementowicz como Mendigo
Julian Tepper como Deli Waiter
John Goodman como Stan o Porteiro
Max von Sydow como Inquilino
Spoilerando
Assim como no surpreendente ‘Reine Sobre Mim’, Tão Forte e Tão Perto conta o drama particular de uma família que teve um familiar como vítima do 11 de setembro, tirando o foco da tragédia de uma nação e suas lutas políticas e ideológicas para mostrar como essa tragédia afeta uma pessoa ou uma família em particular, funcionando como uma lente de aumento do fatídico dia.
Na direção ninguém menos que Stephen Daldry que com três filmes: Billy Elliot, As Horas e O Leitor conseguiu três indicações de Melhor Diretor ao Oscar e que agora, com seu quarto filme conseguiu uma indicação como Melhor Filme. Thomas Horn como Oskar Schell é paradoxalmente o ponto mais alto e mais baixo do filme. Ao mesmo tempo que possui todas as características para o papel de um garoto possivelmente com alguma relação com a Síndrome de Asperger, fantasticamente inteligente e frágil, nos momentos dramáticos ele não consegue ser tão brilhante quanto nos momentos de suas hilárias esquisitices.
Tom Hanks como sempre está muito bem no papel do pais de Oskar, funcionando muito mais como um suporte bastante firme para a atuação do jovem ator. Sandra Bullock está incrivelmente linda no filme, sem trocadilhos. Sua atuação também é muito precisa, sem exageros, justificando a personalidade de uma mulher igualmente brilhante e capaz, que vivia gentilmente a sombra do marido de personalidade tão fantástica e cativante. Fato que é revelado ao fim do filme, quando Oskar enfim percebe que sua mãe poderia ser tão importante em sua vida, quanto foi seu pai.
Max von Sydow é um capítulo à parte no papel do enigmático inquilino que se revela o avô de Oskar. Durante quase um ano ele observou o neto e se manteve distante, mesmo não revelando a Oskar sua verdadeira identidade, ele estava ali, próximo para tentar de alguma forma ajudar o neto. Ao se conhecerem por iniciativa de Oskar, ele demonstra que muito da personalidade do pai de Oskar, faz parte das características do avô, que por algum motivo não conseguiu manter a mesma relação que Thomas conseguiu manter com o filho.
O filme foi baseado no livro ‘Extremamente Alto e Incrivelmente Perto’ do fantástico Jonathan Safran Foer, escritor de ‘Uma vida Iluminada’ (Everything Is Illuminated) que é outro filme apaixonante, estrelado pelo Elijah Wood.
A adaptação do roteiro não poderia ter caído em melhor mãos, Eric Roth é roteirista de ‘Forrest Gump’ e ‘O Curioso Caso de Benjamin Button’. Interessante como o filme lhe faz imaginar inúmeros finais diferentes, sem perceber você começa a fazer o mesmo que Oskar, observando cada detalhe como uma possível pista a ser desvendada, quando no fim a história se torna muito menos resultado de alguma fantasia, volta a colocar os pés no chão e traz uma grande lição de vida. Ao conhecer tantas pessoas diferentes, com o sobrenome Black, podemos entender mesmo tendo uma ligação tão forte como um nome de família, trata-se de histórias e realidades de vida completamente distintas, pessoas que assim como Oskar, também tinham suas próprias tristezas, suas perdas, suas saudades, ainda que não tivessem sofrido nenhuma perda no 11 de setembro. De alguma forma já tão discutida, o sofrimento compartilhado parece amenizar o sofrimento pessoal. Saber que você não é a única pessoa a perder um ente querido, lhe traz forças para continuar vivendo e aceitando essa pouco aceita realidade, de que todos nós teremos um 11 de setembro em nossas vidas.
Concordo com a crítica feita por Lucas Salgado do Adoro Cinema, onde ele ressalta as falhas no texto que são inseridas e depois esquecidas ao fim do filme, como a ‘contagem de mentiras’, que poderia ter uma conclusão e significado, mas simplesmente fica por isso mesmo.
Bom filme, emocionamente em diferentes aspectos.
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