Era o ano de 2000 para 2001 quando uma nova banda entrava para o mainstream da música nacional. Com a canção ‘Esperando na Janela’, o Cogumelo Plutão foi catapultado para o sucesso, quando a música integrou a trilha sonora do sucesso globalesco ‘Laços de Família’. A Legião que teve seu fim com a morte do Renato em 1996 seguia com o lançamento de álbuns póstumos como ‘Uma Outra Estação’ em 1997, espólio de canções que deveriam ter integrado um álbum duplo de ‘A Tempestade’ (O Livro dos Dias), ‘Acústico MTV’ em 1999 (que gerou o fenômeno de acústicos pelo país) e ‘Como é Que Se Diz Eu Te Amo’ em 2001.
Lembro muito bem de ter ouvido a canção pela primeira vez e pensado que era uma canção inédita de Renato. Talvez as semelhanças (ou a tentativa de ser parecido) e a falta deixada pela Legião possa ter ajudado na receptividade do público com a banda conterrânea de Renato, Dado e Bonfá. Estas semelhanças não são mero acaso já que Blanch foi parceiro de Renato Russo. Na década de 90 eles dividiram um apartamento no Rio de Janeiro e talvez a composição de algumas canções. Fato ainda contestado por parte dos fãs. Muitos acreditam que na verdade Blanch e Renato teriam tido um caso durante este período, mas ele não confirma e desmente o suposto relacionamento.
A história de Blanch é bastante conturbada. Ele nasceu em Natal (RN), mas foi rejeitado pelo pai, sendo criado pelo amante da mãe, um maestro norueguês. Com o pai adotivo viveu em Brasília até os 12 anos de idade, sendo obrigado pela justiça a voltar a morar com o pai biológico em Natal. A separação do pai de criação foi trágica, dois meses após o ocorrido ele veio a falecer. Aos 17 anos Blanch flagrou o pai traindo a mãe, motivo que o teria feito se mudar para Brasília novamente. Lá passou a frequentar o cenário underground, onde conheceu então Renato Russo. Dois anos após chegar ao topo das rádios brasileiras, o Cogumelo Plutão entrou em um hiato, em decorrência da doença de Blanch, que foi diagnosticado com um tipo raro de aneurisma.
Somente em 2005, a banda voltou a fazer shows. Foi onde encontrei o Duda “Gamba” Bittencourt, no camarim da Cidadão Quem. Ele chegou para mim, se apresentou e disse: eu também toco em uma banda, o Cogumelo Plutão, já ouviu falar?
A história do Cogumelo Plutão é repleta de informações desencontradas e poucas delas disponíveis na internet. Lá em 2005, eu ouvi que eles estavam com propostas de gravar com a Universal e parece que os planos não saíram como o esperado, já que o álbum ‘Mais que ontem, menos que amanhã’, foi lançado de forma independente, apenas dois anos depois disso.
Blanch é autor de outras canções que fizeram muito sucesso no Brasil. Uma delas é a conhecida história de ‘Beijar na Boca’, popularizada por Claudia Leitte e ‘Uma Vez Mais’, que na voz do cantor Ivo Pessoa, virou tema da novela ‘Alma Gêmea’. Para confirmar essa informação eu baixei o álbum ‘Mais do que Ontem e Menos que Amanhã’ e olha onde eu fui achar um link:
Vai dizer que eu não me esforço para encontrar e repassar a informação correta? Nunca achei que voltaria ao Orkut depois de uns sete anos, para encontrar o link de um álbum.
Em 2012 a banda lançou um novo álbum intitulado ‘Amor à Primeira Vista’ e na página atual a banda anuncia um novo álbum pela Universal, porém com um clipe MEEEEGA mal produzido de ‘Esperando na Janela'(?). Não entendi essa. O Cogumelo Plutão deveria entrar para a lista das bandas com as histórias mais confusas do pop/rock nacional. Nos shows do Cogumelo Plutão, as influências de Renato são muito evidentes, em alguns momentos e para os fãs mais fervorosos da Legião, pode chegar a incomodar. Blanch conversa com o público, filosofa sobre a vida, mas assim como suas canções, não alcança a profundidade e a desenvoltura de Renato. Ainda assim, gosto muito de algumas canções.
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